Com 21 anos, Catarina Durães sempre se manteve fiel ao clube
que a viu crescer. Começou a jogar com 6 anos e nunca mais parou. Por ser a
mais pequenina, ficou conhecida como “Piolho”, alcunha que até hoje a
acompanha.
Andebol
feminino: Como surgiu o andebol na tua vida?
Catarina
Durães: O andebol surgiu na minha vida através da minha mãe. Desde muito
cedo, que fui motivada para a prática da modalidade, visto que durante muitos
anos a minha mãe a praticou. Mais tarde surge a minha irmã como jogadora de andebol,
dando assim, um impulso para que eu o praticasse também.
Andebol
feminino: Como te sentiste no meio de tanta “gente grande”?
Catarina
Durães: Desde muito cedo, tive muita sorte com os treinadores e
companheiras de equipa que foram surgindo. Não foi fácil lidar com atletas mais
velhas que eu e com mais experiencia, mas facilmente me adaptei.
Andebol
feminino: Vindo tu de uma família com tradições andebolísticas, nunca te
sentiste pressionada?
Catarina
Durães: De certa forma senti alguma pressão, porque sempre tive o sonho de
praticar uma modalidade desportiva e sendo o andebol, a modalidade mais falada
no seio da família, acho que não teria uma outra opção.
A partir do momento que comecei a praticar
a modalidade, ganhei gosto pela mesma e, até a data, continuo a praticar com
enorme orgulho.
Andebol
feminino: A quem atribuís a responsabilidade pela jogadora que hoje és?
Catarina
Durães: Atribuo essa responsabilidade a todos os treinadores que passaram
pela minha formação, pois deram o melhor de si e apostaram em mim, para hoje
ser a atleta que sou.
Não me posso esquecer também do apoio e
suporte da minha família, que contribuiu muito para o meu crescimento.
Andebol
feminino: Há tantos anos no Santa Joana, nunca sentiste necessidade de conhecer
outras “casas”?
Catarina
Durães: Já pensei em “visitar” outras equipas de andebol feminino. Cheguei
a receber propostas de outros clubes, quando ainda era da formação do Santa
Joana, mas como fui sempre muito bem tratada no meu clube, nunca senti
necessidade de me transferir para outros clubes.
Andebol
feminino: Na tua opinião, como se encontra o andebol feminino?
Catarina
Durães: Penso que neste momento, o andebol feminino já tem outra “cara”. As
pessoas já recebem a modalidade com bons olhos e chegamos a ter mesmo imensas
atletas a praticar a mesma. O andebol feminino está em constante crescimento e
podemos ter orgulho nas grandes atletas que se formaram ao longo destes anos.
Andebol
feminino: Notas muitas diferenças entre o andebol de hoje em dia e o praticado
antigamente?
Catarina
Durães: Sim, sem dúvida. Antigamente o andebol feminino não tinha tanta
visibilidade para a comunidade portuguesa, como tem agora.
Hoje em dia, as pessoas deste meio têm mais
oportunidades. Já existe uma maior variedade de artigos no mercado. Podemos
“gabar-nos” de existirem sapatilhas e equipamentos de várias formas e feitios.
Temos pavilhões com boa qualidade para treinar e jogar.
No mundo em geral, o andebol e as outras
modalidades femininas, tiveram um crescimento muito grande, o que originou uma
vasta gama de oportunidades para as mulheres, visto que antigamente não era
visto com bons olhos, haver mulheres a praticar desportos.
Andebol
feminino: Define-me andebol!
Catarina
Durães: Andebol é espetáculo, espírito de equipa, força, garra, motivação,
animação, desempenho.
Andebol
feminino: Há momentos bons e menos bons na carreira de todas as jogadoras.
Quais foram, para ti, os momentos mais marcantes na tua carreira?
Catarina
Durães: Um dos momentos mais marcantes da minha carreira foi quando
ganhamos o campeonato nacional de Juvenis Femininos, na época de 2004/2005 e
fomos campeãs em Alpendorada. Numa final entre Santa Joana – Juve Mar,
lembro-me de ter marcado dois golos e ajudei a minha equipa a aumentar o
resultado. No final do jogo, ganhámos 32 – 22. Para mim foi um dos momentos
mais marcantes, pois fui chamada a equipa de Juvenis, quando ainda era Iniciada
de 1º ano.
Andebol
feminino: Que conselho gostarias de deixar a quem se está a iniciar na
modalidade?
Catarina
Durães: A quem se está a iniciar na modalidade digo para terem, acima de
tudo, força de vontade e gosto por aquilo que estão a representar, que neste
caso é o andebol.
Todas as pessoas que se interessarem em
praticar a modalidade, têm que ser fortes, lutadoras, terem espírito de
sacrifício e de guerreiros, mas acima de tudo, espírito de equipa, pois o
andebol é um desporto de equipa e devem ajudar-se uns aos outros para saírem
vencedores de todas as batalhas que surgire
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