quinta-feira, 25 de abril de 2013

Duas de letra com...



Aos 35 anos, Miguel Solha é já um veterano no andebol. Começou a praticar a modalidade com apenas 7 anos e nunca mais parou.
À frente da equipa sénior feminina do Santa Joana é ele o responsável por manter tantas mulheres a “remar” para o mesmo lado.

Andebol Feminino: Como se deu a transição de jogador a treinador?
 Miguel Solha: A transição deu se de forma natural, eu já estava envolvido na formação de jovens jogadores.

Andebol Feminino: Como surgiu a proposta de ingressar no projeto Santa joana?
 Miguel Solha: A direção do clube procurava um treinador ambicioso, com novos conceitos e novas metodologias de treino.

Andebol Feminino: Porquê escolher treinar uma equipa feminina?
 Miguel Solha: Porque não? Qualquer treinador em ascensão tem necessidade de enfrentar desafios, e melhor desafio que 1ª divisão nacional feminina, só mesmo, 1ª divisão nacional júnior e sénior masculina.

Andebol Feminino: Como consegue lidar, quase diariamente, com tantas mulheres?
 Miguel Solha: Não é fácil, pois o sexo feminino exterioriza por vezes demais e interioriza o que não deve, mas depois de conhecer, torna se fácil.

Andebol Feminino: Quais as suas ambições enquanto treinador?
 Miguel Solha: Como qualquer treinador chegar as melhores equipas do mundo, se não for possível, as melhores equipas nacionais.

Andebol Feminino: Foi difícil enfrentar uma época que não se revelou fácil para a Santa Joana devido ao afastamento involuntário de algumas atletas?
 Miguel Solha: Difícil, não. O problema existente no andebol feminino é de treino, fazer entender que sem trabalho não existem resultados, mas pelo contrário na Santa Joana, neste ano e meio de trabalho, surtiram bons resultados, que se calhar aos olhos de pessoas exteriores eles não existem. Temos atletas mais novas a entrar na equipa sénior. Realizamos trabalho individualizado com potenciais atletas. E trouxe jogo organizado dimensionado para equipa, não um jogo organizado standard.

Andebol Feminino: A treinar uma média de 25 atletas não remuneradas, mas com uma enorme qualidade, como consegue travar as investidas por parte de outros clubes?
 Miguel Solha: É impossível travar investidas por parte de outros clubes com maior dimensão, ou, e que envolvam remunerações, por mais irrisórias que sejam.

Andebol Feminino: Para além de treinador, é um grande pilar na estrutura do clube. Como têm enfrentado a redução de financiamentos e falta de patrocínios?
 Miguel Solha: A prioridade do clube nestes dois anos passou pela formação, quantidade nem sempre significa qualidade, se fizermos uma retrospectiva, ate janeiro deste ano nenhum escalão deste clube se intrometeu nos campeonatos, ao fim de um ano e meio, começa a surtir equipa, individualidades, etc… começam a surgir resultados desde as mais novas até às mais velhas, começamos a preocupar-nos mais com aspetos individuais em prol do coletivo, e não em vencer jogos, ganhar surge naturalmente depois que as atletas tiverem conhecimento do básico.
Dinheiro pode trazer qualidade de treino, atletas e, quem sabe, melhores treinadores, mas como já referi, a vontade e treino vencem tudo.

Andebol feminino: Vê nas formações do clube uma estrutura viável para levar o nome “Santa Joana” cada vez mais além?
 Miguel Solha: Sim, claro, como já referi, é necessário manter esta metodologia de trabalho pois esta metodologia, é a correta. Noções básicas de andebol, postura de remate, jogo coletivo, etc…

Andebol Feminino: Que conselho gostaria de deixar a quem pretenda seguir o caminho de treinador/a de andebol feminino?
 Miguel Solha: Paciência e trabalho, muita paciência e muito trabalho. Num campeonato de fraca visibilidade, com atletas, trabalhadoras e estudantes, não é fácil gerir. Mas se existir vontade dos clubes, dos treinadores, dos dirigentes, e das principais interessadas, as atletas, tudo se consegue, nada é impossível.

Sem comentários:

Enviar um comentário