Já todos ficamos a conhecer um pouco sobre Catarina Lopes, ou não fosse ela a jogadora promissora falada no mês de Abril.
Hoje, o Andebol Feminino, veio dar "duas de letra" com esta menina prodígio...
Andebol feminino: Qual é o teu segredo?
Catarina Lopes: Acho que não há segredo. Apenas tento
fazer o meu melhor, cada vez que entro em campo, tanto nos jogos como nos
treinos. Sei que ainda tenho imenso a aprender, por isso tento absorver ao
máximo tudo aquilo que me vão ensinando.
Andebol feminino: Como surgiu o andebol na tua vida?
Catarina Lopes: O andebol surgiu por acaso. Uma prima
mais nova praticava e a minha irmã, que por questões de saúde tinha de praticar
um desporto mais ''activo'', quis também começar a jogar. Eu fui ver um treino
delas e foi ''amor à primeira vista''! Pedi logo aos meus pais para jogar
também.
Andebol feminino: Fizeste toda a tua formação no Santa Joana. A quem atribuis a
responsabilidade da jogadora em que te tornaste?
Catarina Lopes: Principalmente aos treinadores. Cada
um com o seu método, fizeram-me aprender coisas novas com todos. Tive muita
sorte, pois sempre me ajudaram em tudo o que puderam, não só a nível técnico,
como a nível pessoal. Tanto treinadores, como as minhas companheiras de equipa,
assim como os meus pais, tiveram um papel muito importante no meu crescimento
como atleta. A todos, um muito obrigada!
Andebol feminino: Jogando no teu escalão, na selecção regional e treinando pelo escalão
sénior, como consegues conciliar tudo isto com os estudos?
Catarina Lopes: Não é nada fácil, é preciso alguma
organização e espírito de sacrifício. Primeiro tento não trazer muito
''trabalho para casa'', esforço-me por estar atenta nas aulas. E claro, há
muitas coisas de que abdico em função do andebol: saídas com os amigos, mais
tempo em casa a ver televisão ou a fazer outras coisas de que gosto... mas
durante todo o meu percurso como atleta mantive sempre óptimas notas e é algo
de que me orgulho muito.
Andebol feminino: Os teus pais sempre te apoiaram nesta escolha?
Catarina Lopes: Os meus pais sempre me apoiaram em
tudo! Tenho a certeza de que se fosse outra actividade qualquer teria a mesma
ajuda, o mesmo entusiasmo e o mesmo orgulho da parte deles. São os melhores
pais do mundo!
Andebol feminino: Após três anos a praticar ballet, como passas de uma arte que requer
suavidade, leveza, fluidez, para um desporto totalmente oposto, que exige luta,
contacto físico, e que tantas nódoas negras nos traz?
Catarina Lopes: Sinceramente, nem sei bem. Mas não me arrependo de nada!
Foi uma coincidência, que acabou por ser a razão pela qual eu conheci tantas
pessoas espectaculares, fiz tantos amigos e estou tão feliz! Não sei explicar
como é que passei do ballet para o andebol, nem tão pouco sei explicar o porquê
de gostar tanto disto. Apesar de todas as nódoas negras e queimaduras, nada
fará com que eu desista.
Andebol feminino: O que sentiste quando foste chamada pela primeira vez à selecção
nacional ?
Catarina Lopes: Primeiro senti que não era verdade,
que os meu pais tinham visto mal a convocatória ou algo assim. Até porque antes
de sair a convocatória, muitas raparigas da minha idade, incluindo eu, tínhamos
ido a um treino com os treinadores da selecção. E nesse treino eu senti que não
estava a conseguir ''sobressair'' entre as outras e que tudo o que fazia estava
mal. Por isso, quando os meus pais me ligaram a dar a notícia, senti-me
surpreendida, mas muito, muito, contente. Senti que finalmente o meu esforço
estava a dar resultado.
Andebol feminino: Sempre jogaste em escalões acima do teu e, quase sempre, foste titular.
Nunca sentiste inveja por parte das tuas colegas? Sentiste-te sempre integrada
em todos os escalões que tens representado?
Catarina Lopes: Sim, sempre me senti integrada. Claro
que no início sentia-me um pouco à parte, mas isso é porque não consigo fazer
amizades muito facilmente. Mas sempre tive companheiras de equipa espectaculares
que me ajudaram (e ajudam) em tudo o que podem. Tive muita sorte. Nas seniores
também fui muito bem recebida. Têm-me ajudado a evoluir e corrigem-me sempre
que faço algo mal. Tenho adorado a experiência e estou muito contente por poder
treinar ao lado de jogadoras que tanto admiro!
Andebol feminino: Quais são as tuas expectativas em relação ao teu futuro?
Catarina Lopes: Tenho grandes expectativas em relação ao meu futuro.
Obviamente que um dos meus sonhos é ser jogadora profissional de andebol e
jogar no estrangeiro seria ainda melhor (o que é um pouco difícil de acontecer).
Mas o meu objectivo é tornar-me na melhor jogadora sénior que puder ser e
integrar a selecção nacional. E é para alcançar este objectivo que irei
trabalhar.
Andebol feminino: Vês-te durante muitos anos no projecto Santa Joana?
Catarina Lopes: Sim. O Santa Joana é onde me sinto
acarinhada e integrada. Sinto que estou a evoluir e, para além disso, é onde me
sinto feliz.